No nosso jardim havia flores de todas as belezas...
Rosas de contornos enrolados,
lírios de um branco amarelecendo-se,
papoilas que seriam ocultas se o seu rubro lhes não espreitasse presença,
violetas pouco na margem tufada dos canteiros,
miosótis mínimos,
camélias estéreis de perfume...
E, pasmados por cima de ervas altas, olhos,
os girassóis isolados fitavam-nos grandemente.
As flores, as flores que ali vivi! (...)
As flores, as flores que ali vivi! (...)
Ó horas multicolores!...
Instantes-flores,
minutos-árvores,
ó tempo estagnado em espaço,
tempo morto de espaço e coberto de flores,
e do perfume de flores,
e do perfume de nomes de flores!...
Na Floresta do Alheamento Fernando Pessoa